Crônicas de um Universo Paralelo

O sentido da vida, é a ambüidade das metáforas...

quarta-feira, junho 13, 2007

Tríplice coroa pela visão de fora


Semana passada o Internacional de Porto Alegre levou a taça de campeão da Recopa. Os detalhes do jogo não são novidades, então tratemos o jogo por um ponto de vista diferente, de alguém que estava no Beira Rio e não pode entrar.

Parte I – Jornada ao Beira-Rio

Este que vos digita, por acaso estava em Porto Alegre para o show de uma banda americana chamada Obituary. A banda estava em Buenos Aires fazendo show na quarta-feira dia 6, e deveria pegar um avião para Porto Alegre na quinta-feira. A neblina de quinta-feira fechou os aeroportos argentinos e a banda não pode comparecer para o show. Pois bem, após muitas reclamações e xingamentos contra a neblina, os aeroportos, a banda, os organizadores do show, ao meu amigo, as pessoas que passavam próximas, aos taxistas que demoravam para aparecer, e a uma pedra que furtivamente se esgueirou para a frente do meu pé para que eu tropeçasse; resolvemos aproveitar a “sorte” e irmos ao Beira Rio para ver a final da Recopa entre Inter e Pachuca.

Sorte lançada, decisão tomada.

Chegamos ao Beira Rio com a inocente idéia de achar algum ingresso na bilheteria, ou algum cambista de bom coração que nos vendesse os ingressos a um preço menor do que 300 % em cima do valor original (era o que estavam cobrando). Bom, inocências desmanchadas, procuramos algum aparelho que no proporcionasse alguma visão do jogo nas proximidades do Beira Rio, inocências novamente desmanchadas, descobrimos que seria impossível um visual do jogo. Digamos que a capacidade máxima dos bares estava estorada, e o máximo de visão que tínhamos da televisão, era um contorno preto com um fundo verde no meio.

Quando as esperanças estavam se esgotando, e a felicidade de estar perto do jogo sendo refreiada pela falta de informações do mesmo, eis que surge um som radiofônico que transmitia o jogo.

Parte II – Seu Jorge e a banquinha de toucas

A banquinha de toucas e bandeiras do seu Jorge foi a nossa salvação (o som do rádio vinha de lá). Com o movimento de torcedores voltado todo para o estádio ou bares nas proximidades do estádio, a ala em que seu Jorge vendia suas toucas e ouvia o seu radinho estava livre. Bom, não seria de muito decoro de nossa parte simplesmente nos achegarmos na sua banquinha para ouvir o rádio, e não consumir seus produtos; precisamos aí, dividir de nosso manjar líquido (lê-se conhaque e sprite) com seu Jorge, que de bom grado aceitou a troca.

Seu Jorge entreteu-nos com histórias dos seus 30 anos de Beira Rio. Tempos em que o Beira Rio levava 110 mil pessoas no estádio (segundo ele, eu não sei se isso é verdade), dos tempos em que a coréia funcionava, do tempo de jogos saudosos; também histórias dos seus tempos de sindicalista e ex-trabalhador dos correios. Devo acrescentar aqui que ele dividiu conosco algumas histórias de perseguição governamental, mas eu não creio que elas se adaptem com o clima dessa história, mesmo sendo de grande interesse de muitos.

Seu Jorge é um daqueles gordinhos barbudos e simpáticos (talvez por uma alusão a Papai Noel em nosso subconsciente, ou não), que já são pais e avôs. Seu Jorge tem uma história interessante, mas não cabe a mim descreve-la neste texto.

Pois bem, a sprite que entra tem que sair. Durante a pausa para descarrego da alma (lê-se bexiga), avistei vários cavalos amarrados em postes. Primeiro pensamento que apareceu em minha mente foi: o gigatinho funciona como hipódromo? Ou eu descobri um estacionamento para cavalos no Beira Rio? Depois eu percebi um policial conversando com um cavalo e mexendo em um bloco. “Espera aí, o cavalo ta sendo multado por estacionar em local proibido?!”, pensei eu. Bom, no fim das contas, creio eu que o cavalo não foi guinchado (assim espero), e todos viveram felizes para sempre.

Bem, cavalos a parte, quando eu voltava para a banquinha, parei para tentar conseguir bebidas de graça com a moça que vendia bebidas, usando o de todo o meu charme, eloqüência e beleza. Digamos que não obtive muito sucesso nessa tentativa, e quando eu tentava conseguir pelo menos um desconto, o Beira Rio se inflama e eu parto em disparada para perto do rádio, para descobrir o que aconteceu.

Parte III – Gols

Cheguei na banquinha a trancos e barrancos, quase despencando do alto da minha euforia, e aterrissando na banquinha do seu Jorge, mas essa ficou no quase.

Iarley sofre pênalti. Isso é o que inflamou a torcida. Agora momentos de apreensão. Ninguém respira, as moscas pousam para não fazer barulho...

Alex bate, e é gol! Um a zero. Agora eu literalmente despenco do alto da minha euforia, para o baixo da pedra em meu caminho (percebam que foi a segunda pedra a se esgueirar na minha frente e tentar me derrubar nessa noite, essa segunda obteve mais sucesso em sua busca).

Primeiro tempo acabado, e tá na hora de um X – Colesterol no bar ao lado do Beira Rio.

Segundo tempo. Agora os gols aparecem com mais tranqüilidade. Pinga aos 4 min do segundo tempo aumenta a vantagem. Pato faz o terceiro (quack quack), e Mosquera (contra) fecha a goleada e dá o título ao Internacional de Porto Alegre. O título chega com dupla denominação, Recopa e Tríplice Coroa.

Uma volta do mundo dos mortos triunfante.

Bom, agora é correr e comemorar (no meu caso mais comemorar do que correr). Em relação à invasão de estádio e conflitos de igual importância nada posso dizer, pois não estava presente,

PS: A explicação para os cavalos estacionados e os policiais que falavam com eles e os afagavam, é simples, a polícia montada tinha deixado seus cavalos atrás do gigantinho pastando, e alguns dos policiais os estavam tratando.

PS2 (não, isso não é play station 2): Desculpem pela demora nos posts, estou sofrendo de falta de tempo/vontade/saco pra atualizar....

1 Comentários:

Às 6:14 PM , Anonymous Anônimo disse...

heeey mto bom...

soh nao gostei da parte dos gols, e inter campeao e tal...

husauhasduahua

=***

 

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