Crônicas de um Universo Paralelo

O sentido da vida, é a ambüidade das metáforas...

terça-feira, abril 10, 2007

Consciência coletiva inconsciente


Hoje estava eu tentando pacificamente comprar um tênis All Star (a prestação claro), e fui impossibilitado de comprá-lo, pela enorme burocracia envolvida. Isso me lembra dos "Vogons" (Vide O guia do mochileiro das galáxias), uma raça movida pela burocracia. Não muito distante da realidade humana, já que para comprar um par de tênis, eu preciso ter cadastro feito em outras três lojas (em alguns casos, 5 lojas), e mais um monte de documentos. Mas reflita comigo netespectador, se para eu abrir um cadastro em uma loja, eu preciso ter cadastro em outras três, como, teóricamente, eu devo abrir na primeira das três outras? Mesmo que eu consiga abrir em alguma loja sem possuir outros cadastros, isso significa que eu terei que comprar algo a prestação para ter esse cadastro aberto.
Seguindo por essa linha de raciocínio, digamos que eu tenha que abrir um cadastro em uma loja de eletrodomésticos e comprar uma geladeira. Mas isso não é o suficiente, ainda preciso de mais dois cadastros para comprar meu tênis. Vamos agora a uma loja que vende colchões, preciso de um colchão novo. Ainda não é o suficiente. Passemos a uma relojoaria, para que eu possa adquirir um relógio.
Agora chegamos nos três cadastros necessários. Adquiri uma geladeira, um colchão e um relógio, e agora posso finalmente comprar meu tênis. Agora considerando-se o tempo passado para obter esses outros cadastros, eu tenho que esperar pela sorte. Se o tênis ainda estiver disponível na loja, se me restar dinheiro suficiente para comprá-lo, ou ainda, se eu tiver saco pra abrir um quarto cadastro.
Agora comparemos a humanidade (ou seria vogonidade?), a um formigueiro gigante. Todos os dias as formiguinhas se matam trabalhando para que a continuidade do formigueiro esteja garantida. Para manter a rainha saudável e procriando. Raramente se perguntam o porquê fazem o que fazem.
E por que fazem isso?
Não porquê são manipuladas a fazer isso. Não também porque querem.
Então por que?
Porque precisam? Sim, mas por que precisam? Para se manter, e manter a continuidade da espécie; para ainda, manter a evolução. Agora um ponto crucial. Manter a continuidade da espécie, e a evolução.
Como as espécies evoluem? É aceitável que um corpo se adapte ao ambiente e aos meios de sobrevivência necessários. Mas como as espécies evoluem em conjunto? Corpos que não estam ligados fisicamente de nenhuma maneira, evoluem de uma maneira igual para se adaptar. Como? Existe alguma consciência coletiva carregada na espécie em questão? Os mecanismos orgânicos são evoluídos, mas quem comanda a evolução desses mecanismos?
Se existe uma consciência coletiva nas espécies, ela seria o tão aclamado Deus? Era isso que nossos antepassados tentavam nos dizer, quando se referiam a deuses com formas de animais (ou não)? Uma consciência coletiva, mas não consciente, que comanda a evolução?

sexta-feira, abril 06, 2007

Mente tribalizada, e imparcialidade parcial


É interessante a maneira como nossa mente funciona. Como nosso mau humor pode ser alterado com uma simples música, uma frase, um olhar, um gesto. Ás vezes nada engraçados, mas interessantes ou bonitos o suficiente, para tirar nossas cabeças de idiotices que consideramos problemas.

Outra coisa de igual ou maior interesse, é a maneira como nossa mente evolui, e para os lados que ela evolui. Eu estava pensando; quantas coisas eu odiava e achava idiotas ou chatas há alguns anos atrás, e hoje em dia são as coisas que eu mais gosto. Sejam elas músicas, filmes, escritores, simples idéias ou contextos complexos sobre a existência e finalidade da vida.

Um pensamento interessante (pelo menos pra mim): a cada “evolução” de nossas mentes, passamos a considerar algo idiota, e passamos a considerar algo idiota, fantástico. E, ainda, em alguns casos voltamos a considerar algo que já consideramos: idiota, depois fantástico, depois novamente idiota; como algo, de novo, fantástico (um pouco complicado, mas continuem comigo). Em resumo, um círculo vicioso. Então por um silogismo meio complicado (que prefiro não perder meu tempo me confundindo e os confundindo), não existem gostos; existem evoluções de idéias e conceitos, e uma abertura a um certo tipo de cultura, que mais se assemelha com o estado de evolução atual da mente.

Muito óbvio, alguns diriam. Sim, de fato muito óbvio. Então por que uma coisa tão óbvia não pode ser reconhecida? Por que o tribalismo está criando tantas desavenças baseadas em ignorância? É. Vamos municiar pseudo-intelectuais que concerteza já previram isso e tudo o mais que existe hoje; e iram prever o que irá acontecer amanhã. Mas claro, que irão esperar o ato previsto acabar, para terem o gostinho de dizer após tudo acabar: “Eu sabia que isso ia acontecer!”.

PS: Atentem agora, ao fato de eu ter “tribalizado” minha opinião e tomado partido contra os pseudo-intelectuais. Logo, eu sou mais um idiota e hipócrita, falando merda e tomando partido novamente.

PS2: (Não! Isso não quer dizer Playstation 2!) Imparcialidade é uma ilusão, uma lenda.