Crônicas de um Universo Paralelo

O sentido da vida, é a ambüidade das metáforas...

sábado, setembro 08, 2007

Ovações a Parte



Último dia da 12ª Jornada Nacional de Literatura. Eu como sempre, poupei os 50 R$ necessários para inscrição, para gasta-los em livros. Podemos entrar em discórdia sobre a melhor maneira de gastar esse dinheiro; se com a jornada ou com livros. Mas... Até o presente momento quem lhes redige a matéria sou eu, e como cada escritor cria um mundo quando escreve, neste que vos crio agora, o dinheiro foi gasto da maneira certa, e ponto final.
Sem mais delongas, passemos ao evento ao qual devo tratar. Esta foi a minha segunda jornada, e por conseqüência, a segunda da qual não paguei inscrição, ou obtive crachá. Na primeira jornada, tratei principalmente de minhas manobras para adentrar a lona, sem identificação de pagante. Nesta 12ª Jornada, meu trabalho foi poupado pela crescente confusão por pessoas que queriam sair para lanches, e eram impedidas pela segurança. Após uma espera de 15 minutos, os seguranças desistiram e abriram as portas. E lá estava eu esperando esta brecha para entrar.
Então como não me foi necessário arquitetar maléficos planos para burlar a segurança, minha matéria precisa tomar outro rumo. Eu poderia falar sobre os escritores e poetas que palestraram, mas indo por esse rumo, estaria simplesmente tomando um nome importante para a matéria, dando a ela importância pelos nomes citados. Então leitores, demos outra guinada na matéria; esqueçamos os escritores e poetas. Acompanhem-me a um novo rumo.

Devo abrir um parágrafo para citar uma indignação de minha parte. Dos vários estabelecimentos para revenda de comestíveis e bebíveis, nenhum trazia algum refrigerante não-coca. Eu como um anti-McDonalds, inseri a Coca-Cola na minha lista de não compráveis; digamos, numa tentativa da não-proliferação da praga chamada capitalismo (americanismo talvez?). Enfim, já me disseram que a negação em comprar tais produtos nada vai mudar. Mas deixem-me contar-lhes um curta história: “Na floresta, morada de vários animais, um grande incêndio principiou-se. Todos os animais correram para longe, e apenas observaram a floresta consumir-se em chamas. Um pequeno pássaro, de marca indefinida, ia até o rio, pegava um pouco de água com o bico, e levava a água até o incêndio. Os outros animais, tomados pela dúvida, então decidiram inquirir-lhe o porque de tal atitude. O pássaro então os respondeu – Rinoceronte, você com seu porte, poderia jogar terra sobre o fogo, diminuindo seus estragos. E vocês outros, juntos poderiam carregar muita água para apagar o fogo, mas preferem fugir e utilizar muita água em lágrimas derramadas pela desgraça. Eu apenas estou fazendo a minha parte”. (E viva o falso moralismo!). No fim das contas, pela falta de outro refrigerante, tive que me submeter à sede, e optar pela maldita. Mas vocês devem estar ansiosos pela matéria da jornada, passemos a ela.
Lá vou-me eu para dentro da lona. As autoridades esquentam as vozes para seus discursos. Uma a uma, sobem ao palco, e recebem a ovação devida do público. Durante a entrada ao palco, o público recebe as autoridades com ovações, seguindo uma ordem de vogais. Para tal engravatado, o público expressa um “aaaaaaaaaaah, ele de novo?”. A uma autoridade organizadora (abro um parênteses aqui para um elogio a escolha de camiseta azul piscina desta mulher, em quesito moda, merece um dez), o público a saúda com um “eeeeeeeeeeh, viva tal autoridade por nos dar pontos para formatura..., ham, digo, viva tal autoridade organizadora por dar-nos este evento!”. Para uma autoridade política municipal, a saudação foi de “iiiiiiiiiiiiiiih, o que será que ele vai dizer agora?”. Chegada à vez da autoridade militar, que trajava uma farda belíssima, o público brinda-o com a saudação de “ooooooooooooh, que bonitinho”. Chegada à vez da autoridade máxima acadêmica, uma magnífica pessoa, o público recebeu-o com um saudoso e forte...*
Ao fim dos discursos, somos brindados com uma magnífica apresentação da Orquestra do Sesc. Acabo meu relato da jornada por aqui. Com a conclusão de que esta jornada foi um pouco sem graça, para mim pelo menos.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Sinfonia do...


Apanha-me tristeza. Do alto de seu pedestal, mostre-me sua falsa superioridade.
Conduza-nos pela triste sinfonia do adeus. Mostre-nos sua verdadeira face.
Violinos, chorem comigo. Mantenham minha atenção para seu lado.
O reino despótico, conduz-se pela mão de ferro da moralidade.
Triste melodia enriquece meus ouvidos com a dura verdade.
Sonha-se tanto com o perfeito, que o real escapa-nos.
Notas flutuem pelo ar, carreguem-me com vocês.
A dor aperta-me. Mas a inércia vence.
Bendita inabilidade de sentir.
Fecha-te coração.
Nunca mais.
Nunca.