Crônicas de um Universo Paralelo

O sentido da vida, é a ambüidade das metáforas...

sexta-feira, junho 29, 2007

Pirataria é crime?


Queridos netspectadores, gostaria de lhes fazer uma pergunta. A pirataria realmente é crime? Permitam-me divagar um pouco sobre o tema, e quem sabe dár-lhes-ei um ponto de vista alternativo para a pirataria.
A pirataria de DVDs e CDs dá um meio de subsistência a várias pessoas da classe social menos provida de recursos no Brasil. Pessoas que de outro modo poderiam estar roubando, matando ou escravos de drogas como o crack, recebem por meio da pirataria, uma chance de criar um capital para a sua sobrevivência. Vejam bem caros amigos (desculpem a intimidade), a pirataria além de não ser um crime prejudicial a sociedade, é uma maneira de manter pessoas, que normalmente seriam voltadas ao crime, trabalhando e ganhando seu dinheiro honestamente (SIM!! HONESTAMENTE!!).
O combate a pirataria é hipócrita. Os únicos prejudicados com a pirataria, são aqueles com milhões de dólares investidos. Atentem à cifra em jogo caros amigos. Dólar. Essa campanha anti-pirataria é financiada em grande parte por multinacionais cheias de dinheiro. Se prestarem mais atenção nas campanhas, perceberão que a mensagem que realmente é passada é a seguinte: "Ajudem pobres milionários a manterem-se milionários felizes. Todos nós sabemos que você é um coitado e sempre será, então se assim é, abdique de seu dinheiro e deixe-nos continuar explorando vossas pessoas. Não permitam uma divisão igual de capital! Isso será ruim para ambos os lados. De um lado deixaremos de ganhar nossos milhões, do outro, vocês cidadãos serão corrompidos pelo dinheiro. Então lutemos por um mundo com cidadães não corrompidos, e por consequência pobres e facilmente manipulados, e onde nós milionários possamos manter nossa posição superior a sua."
Triste meus amigos.

Agora faço-lhes a mesma pergunta. Pirataria é realmente um crime?

PS: Deixo claro aqui, que não opinei de forma alguma sobre pirataria pela internet. Deixo também claro que não vejo tal como crime também, mas não vejo um lado produtivo (nem negativo) como vejo na pirataria de camelôs. Em resumo, não acho suficientemente interessante para escrever sobre...

sábado, junho 16, 2007

Divagações sobre o sentimento da falta de sentido


O homem há muito sofre com a falta de sentido. O homem abraça ídolos para minimizar o sentimento de falta de sentido, e o sentido da falta de sentimento. Vivemos da hipocrisia, adoramos-la.

Por que compreender se podemos contestar?

Não julgueis o homem por ser destrutivo e auto-destrutivo, isso é apenas uma coisa (mais uma) que nos torna humanos.

Divagam sobre a consciência do homem; divagam sobre a perseguição que a consciência propõe ao homem.

Propomos-nos o suicídio. Se nada faz sentido por que continuar vivendo? Mas reflitamos um momento. Se nada faz sentido, que sentido há em acabar com a própria vida? Se não existe um céu ou inferno para julgar-nos quando morrermos, que sentido esperais da morte?

Roubando uma citação de um livro de Dostoievski: “Amo a humanidade como um todo, mas odeio-a como individualidade” *. As palavras não são exatas, mas a idéia é a mesma.

Por palavras de minha autoria. Amo amar o amor dos humanos. Mas odeio odiar o ódio de suas personalidades.

Sentimos que nada faz sentido? Por que deveríamos descobrir algum sentido? Para considera-lo idiota e sem sentido, acredito eu.

Longe de pessimismo, creio-me muito otimista. O mundo não há de mudar, mas o ser humano há de evoluir.

Críticas políticas em relação à hipocrisia perderam seu valor. O ser humano é hipócrita por natureza, e nada vai mudar isso. O mundo é um círculo vicioso; mas ainda esperamos que se torne um círculo virtuoso.

*Irmãos Karamazovi.

quarta-feira, junho 13, 2007

Tríplice coroa pela visão de fora


Semana passada o Internacional de Porto Alegre levou a taça de campeão da Recopa. Os detalhes do jogo não são novidades, então tratemos o jogo por um ponto de vista diferente, de alguém que estava no Beira Rio e não pode entrar.

Parte I – Jornada ao Beira-Rio

Este que vos digita, por acaso estava em Porto Alegre para o show de uma banda americana chamada Obituary. A banda estava em Buenos Aires fazendo show na quarta-feira dia 6, e deveria pegar um avião para Porto Alegre na quinta-feira. A neblina de quinta-feira fechou os aeroportos argentinos e a banda não pode comparecer para o show. Pois bem, após muitas reclamações e xingamentos contra a neblina, os aeroportos, a banda, os organizadores do show, ao meu amigo, as pessoas que passavam próximas, aos taxistas que demoravam para aparecer, e a uma pedra que furtivamente se esgueirou para a frente do meu pé para que eu tropeçasse; resolvemos aproveitar a “sorte” e irmos ao Beira Rio para ver a final da Recopa entre Inter e Pachuca.

Sorte lançada, decisão tomada.

Chegamos ao Beira Rio com a inocente idéia de achar algum ingresso na bilheteria, ou algum cambista de bom coração que nos vendesse os ingressos a um preço menor do que 300 % em cima do valor original (era o que estavam cobrando). Bom, inocências desmanchadas, procuramos algum aparelho que no proporcionasse alguma visão do jogo nas proximidades do Beira Rio, inocências novamente desmanchadas, descobrimos que seria impossível um visual do jogo. Digamos que a capacidade máxima dos bares estava estorada, e o máximo de visão que tínhamos da televisão, era um contorno preto com um fundo verde no meio.

Quando as esperanças estavam se esgotando, e a felicidade de estar perto do jogo sendo refreiada pela falta de informações do mesmo, eis que surge um som radiofônico que transmitia o jogo.

Parte II – Seu Jorge e a banquinha de toucas

A banquinha de toucas e bandeiras do seu Jorge foi a nossa salvação (o som do rádio vinha de lá). Com o movimento de torcedores voltado todo para o estádio ou bares nas proximidades do estádio, a ala em que seu Jorge vendia suas toucas e ouvia o seu radinho estava livre. Bom, não seria de muito decoro de nossa parte simplesmente nos achegarmos na sua banquinha para ouvir o rádio, e não consumir seus produtos; precisamos aí, dividir de nosso manjar líquido (lê-se conhaque e sprite) com seu Jorge, que de bom grado aceitou a troca.

Seu Jorge entreteu-nos com histórias dos seus 30 anos de Beira Rio. Tempos em que o Beira Rio levava 110 mil pessoas no estádio (segundo ele, eu não sei se isso é verdade), dos tempos em que a coréia funcionava, do tempo de jogos saudosos; também histórias dos seus tempos de sindicalista e ex-trabalhador dos correios. Devo acrescentar aqui que ele dividiu conosco algumas histórias de perseguição governamental, mas eu não creio que elas se adaptem com o clima dessa história, mesmo sendo de grande interesse de muitos.

Seu Jorge é um daqueles gordinhos barbudos e simpáticos (talvez por uma alusão a Papai Noel em nosso subconsciente, ou não), que já são pais e avôs. Seu Jorge tem uma história interessante, mas não cabe a mim descreve-la neste texto.

Pois bem, a sprite que entra tem que sair. Durante a pausa para descarrego da alma (lê-se bexiga), avistei vários cavalos amarrados em postes. Primeiro pensamento que apareceu em minha mente foi: o gigatinho funciona como hipódromo? Ou eu descobri um estacionamento para cavalos no Beira Rio? Depois eu percebi um policial conversando com um cavalo e mexendo em um bloco. “Espera aí, o cavalo ta sendo multado por estacionar em local proibido?!”, pensei eu. Bom, no fim das contas, creio eu que o cavalo não foi guinchado (assim espero), e todos viveram felizes para sempre.

Bem, cavalos a parte, quando eu voltava para a banquinha, parei para tentar conseguir bebidas de graça com a moça que vendia bebidas, usando o de todo o meu charme, eloqüência e beleza. Digamos que não obtive muito sucesso nessa tentativa, e quando eu tentava conseguir pelo menos um desconto, o Beira Rio se inflama e eu parto em disparada para perto do rádio, para descobrir o que aconteceu.

Parte III – Gols

Cheguei na banquinha a trancos e barrancos, quase despencando do alto da minha euforia, e aterrissando na banquinha do seu Jorge, mas essa ficou no quase.

Iarley sofre pênalti. Isso é o que inflamou a torcida. Agora momentos de apreensão. Ninguém respira, as moscas pousam para não fazer barulho...

Alex bate, e é gol! Um a zero. Agora eu literalmente despenco do alto da minha euforia, para o baixo da pedra em meu caminho (percebam que foi a segunda pedra a se esgueirar na minha frente e tentar me derrubar nessa noite, essa segunda obteve mais sucesso em sua busca).

Primeiro tempo acabado, e tá na hora de um X – Colesterol no bar ao lado do Beira Rio.

Segundo tempo. Agora os gols aparecem com mais tranqüilidade. Pinga aos 4 min do segundo tempo aumenta a vantagem. Pato faz o terceiro (quack quack), e Mosquera (contra) fecha a goleada e dá o título ao Internacional de Porto Alegre. O título chega com dupla denominação, Recopa e Tríplice Coroa.

Uma volta do mundo dos mortos triunfante.

Bom, agora é correr e comemorar (no meu caso mais comemorar do que correr). Em relação à invasão de estádio e conflitos de igual importância nada posso dizer, pois não estava presente,

PS: A explicação para os cavalos estacionados e os policiais que falavam com eles e os afagavam, é simples, a polícia montada tinha deixado seus cavalos atrás do gigantinho pastando, e alguns dos policiais os estavam tratando.

PS2 (não, isso não é play station 2): Desculpem pela demora nos posts, estou sofrendo de falta de tempo/vontade/saco pra atualizar....