Crônicas de um Universo Paralelo

O sentido da vida, é a ambüidade das metáforas...

quarta-feira, agosto 22, 2007

Era blogueira/Descubra sua ética




A mídia alternativa na internet (também conhecida popularmente como blogs, ou meios de
sustento moral para jornalistas desempregados, ou empregados em empresas de pouca
liberdade de expressão (esse parênteses ficou muito longo?)), abre caminhos para
qualquer pessoa, jornalista ou não, expor suas idéias. Essa abertura de espaço nos
enche de pontos de vista e informações.
Mas até que ponto, essa exposição informática (em ambos os sentidos) pode ser
produtiva e contra-produtiva? O poder da palavra traz grandes responsabilidades, uma
necessidade de reflexão ética. Quando liberta-se o escritor da temida edição, vêm-lhe a
mente a liberdade de criação, sem medo de censura. Bastante tentador não é? Soar como
intelectual e divagar sobre a teoria do Super-Homen Nitche, ou quem sabe uma crítica
maravilhosa aos poemas de Dostoiévski. O problema é quando você descobre que está
falando de Nietzsche, não de Nitche, e também por obra das críticas, descobre que
Dostoievski não escrevia poemas.
Pois bem caros amigos, o jornalismo alternativo pode tanto
iluminar as vidas alheias com conhecimento, como também podem criar uma aura de
ignorância ainda maior na população. Antes de fazer um blog, reflita muito. Descubra o
que a ética quer dizer, descubra a sua ética, e saiba do que está falando.

domingo, agosto 19, 2007

Manual para jornalistas


No que se baseia o jornalismo nos dias de hoje? Abandonemos as visões pró-conspiratórias (globais), e a visão ideológica x materialista, que muito se comenta. Respondam como melhor lhes parecer.

Qual é o princípio básico do jornalismo?

A. Ética.

B. Informação.

C. Publicidade.

D. Literatura.

E. Manifesto.

Se você acha que a ética é o princípio básico do jornalismo, provavelmente você ainda é um universitário cheio de ideologias e vazio de experiências.

Se você acha que é a informação, você passará por enormes desilusões, quanto à importância da informação repassada.

Se escolheste publicidade, você procura (ou achou) um cargo de editor ou algo que equivalha.

Se literatura foi a sua resposta, desista do jornalismo e vire escritor.

Se respondeste manifesto, faça história ou filosofia.

Uma leva de pessoas que não sabem o que querem para o resto de suas vidas, está lotando cursos de jornalismo, achando que irão achar fama, dinheiro, ideologia, ou realização profissional. Sinto ser o portador de más notícias, mas vocês estão redondamente perdidos na vida se cursarem jornalismo para tal.

Fama: A fama pelo jornalismo, é alcançada pela genialidade; mas geralmente pela genialidade no mundo dos negócios de entretenimento. Logo, se você é um bom escritor, curse literatura. Se você sai-se maravilhosamente bem na frente das câmeras, procure o teatro. E a fama alcançada pelo jornalismo, nem sempre representa uma fama bem remunerada (raramente, melhor dizendo).

Dinheiro: Hehehe. Dinheiro como jornalista? Tá né. Ok. Em termos mais sérios agora. Hehehe. Se você quer ganhar muito dinheiro NÃO faça jornalismo. Faça Publicidade e Propaganda, eles vão saber perfeitamente como lhe conduzir pelo mundo capitalístico monetárico (Sim, eu invento palavras).

Ideologia: Muito nobre de sua parte caro amigo. Mas para poupar-lhe de decepções futuras, acredite-me, ideologias morrem. Principalmente quando seus patrões aniquilam seu tratado sobre ética jornalista, e mandam você criar uma matéria que inocentemente citará o nome de alguma empresa.

Realização Profissional: Se você descobrir como fazer isso pelo jornalismo me mande um e-mail explicando como. Isento-me de qualquer outro comentário.

Por que fazer jornalismo?

Se após essa aniquilação de sonhos que lhes propus, ainda achares que o jornalismo é o que você ama; então não dê ouvidos a quem lhes diz que não podem fazer isso ou aquilo. Vocês são jornalistas! Parem de ler bobagens e vão escrever as suas próprias.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Primeira pessoa


Algumas vezes na vida acordamos e percebemos que nos tornamos uma paródia do que somos, ou queríamos ser. Nos tornamos algo, que nos negamos a aceitar como verdade. Sonhos e mais sonhos do que podemos fazer; apenas para descobrirmos-nos como somos. Seres mortais. Sem superpoderes, sem magníficos atos. Apenas humanos. Humanos e seus defeitos.

Defeitos esses que nos concedem personalidade, nos concedem uma identidade. E a tal ponto chegamos, que escolhemos os defeitos que queremos ter. Para parecer-nos com tal ou tal personalidade. Nossos reais defeitos são escondidos por uma camada protetora, chamada vergonha.

Vergonha de sentir. Vergonha de ser.

Sentir ou ser o que mais nos parece confortável, parece-nos confortável. Ser uma personalidade já consagrada, é mais fácil do que aceitar a sua própria.

Derreter nossos rostos, e dar-lhes uma feição agradável, não dos dá outra vida. Apenas esconde quem somos por baixo de máscaras, mais e mais.

Medo;

É muito difícil aceitar quem somos, quando nada somos. Mas o que caracteriza o nada ser, eu vos pergunto? Obter fama por beleza como Monroe obteve, a caracteriza por nada ou por alguém? Ser mundialmente famoso por diplomacia como Churchill nos caracteriza como algo? Ou quem sabe um pacifista como Ghandi?

O que caracteriza o sermos ou não sermos? Fama, ou os benéficos atos? Benéficos por si só, e sem esperar por uma recompensa divina, que divinamente mentirosa será.

Só quem pode decidir nossos destinos, e decidir do que nossos destinos poderão ser capazes somos nós.