Crônicas de um Universo Paralelo

O sentido da vida, é a ambüidade das metáforas...

terça-feira, maio 08, 2007

Herói

Triste e abatido, ele encara seu império sendo despedaçado por bombas e soldados. Segura a cabeça entre as mãos; contém uma lágrima que tenta lhe escapar. Sua vida escapa-lhe pelos poros, junto ao suor, amargo pela derrota. Seu coração partido bate em sincronia com os projéteis disparados, e as bombas que finalizam seu sonho, pedaço por pedaço.

Contra tudo e contra todos conseguiu construir seu império; seu sonho de liberdade foi realizado à custa de muito sangue e desgraça. Império de seus sonhos, que agora é despedaçado pela chuva de fogos.

Ele se levanta e caminha pela sala.

Uma última olhada para sua mesa, que tantos de tantos planos bem sucedidos participou. Seu tapete, que tantas conferências históricas sediou.

Não falta muito agora. Ainda lhe resta a opção de morrer como um herói! “Jamais me pegarão vivo!”, é o pensamento mais coerente que sua mente consegue produzir no momento.

Um último aperto de mão para aqueles que bravamente lhe acompanharam. Lágrimas de seus aliados. Pedidos desesperados, para que reconsidere sua decisão. De joelhos, uma mulher lhe implora que não os abandone; agarrada a sua farda, chora desesperada, suplica que o sonho não seja abandonado.

Ele volta a seus aposentos. A hora chegou. Amanhã milhares choraram sua morte, outros milhares comemorarão.

Um soldado em prantos para á porta e dá o aviso.

-O Führer está morto!



PS: Antes de me chamarem de nazista, deixem-me explicar. Como vêem vossas pessoas, que tenham simpatizado com o herói, eu falei sobre um ser humano em suas últimas horas de vida. Mas como falei sobre um tirano pela sua própria perspectiva, o que pode lhes ter levado a simpatizar com ele, e logo após me odiar por tê-los feito simpatizar com um tirano. Isso mostra como uma simples manipulação de informações leva as pessoas a idolatrar pessoas indignas de idolatria. O que também é o caso de deuses e seus pregadores, que são idolatrados por manipulação de informações, e também, aqueles heróis que idolatram hoje, e ainda os dão poder para que possam "fuder" com vocês.

domingo, maio 06, 2007

Carazinho capital do galeto com massa


Carazinho, a grande capital do “Galeto com massa”. Títulos são títulos, mas realmente vale a pena defender o alcunho de capital do galeto com massa? Mas com a escassez de eventos que dariam um acréscimo a cultura nessa cidade, resta o título de capital de revenda de um tipo de comida, como maneira de levantar dinheiro para igrejas, escolas, etc. Não que essas instituições não precisem de dinheiro, mas poderiam utilizar-se de maneiras mais produtivas para a sociedade, e para a instituição em si, para levantar recursos. Existem vários artistas em Carazinho esperando uma oportunidade de mostrar seus trabalhos, unindo assim, o útil ao agradável.

Essa cidade carece de um abraço à cultura e às artes. Capital do galeto com massa além de não produzir nada culturalmente, deixa uma pergunta no ar. Alguém se orgulha desse título? Em outras palavras, os carazinhenses aprovam esse alcunho? Não vemos as pessoas apresentando sua cidade como capital da feijoada em nenhum outro local, ou então capital do carreteiro.

Os novos pórticos em forma de ave parecem uma piada de mau gosto contra o povo carazinhense. Como se não nos fosse suficiente viver sob o alcunho de capital do galeto com massa, agora temos um monumento ao galeto com massa! Com tantos fatos históricos dignos de retratação, tais como os tropeiros que por aqui cruzavam, ou em necessidade de algo mais “pop”, teríamos o grande Brizola para honrar com uma estátua, homem carazinhense que pelejou de tão majestosa forma na ditadura! Carazinho precisa de uma reforma cultural, tanto nas vias governamentais e empresariais, como no povo em si, que se submete a um regime anti-cultural.


PS: Originalmente, eu pretendia postar esse texto no jornal onde trabalho, mas aparentemente foi muito ofensivo. Mais informações sobre galeto com massa aqui.